Podemos não ser tão poderosos quanto os tubarões, mas nossa mandíbula e seus músculos mastigatórios associados são um incrível aparelho de força ao nosso corpo. A força média da mordida humana é cerca de 30 kg por polegada quadrada, na região dos molares. Quando apertamos a mandíbula esta força pode chegar a dobrar, e em pacientes que apresentam BRUXISMO, doença conhecida por ranger os dentes a noite, a força da mandíbula pode aumentar entre 6 a 10 vezes durante os movimentos!!!
Nos últimos anos, o número de pacientes sofrendo de bruxismo do sono tem despertado maior atenção dos profissionais de saúde. É um distúrbio complexo e multifatorial cuja etiologia não é completamente compreendida.
Diferencia-se do hábito de ranger os dentes durante o dia, também chamado de briquismo ou bruxismo diurno, por envolver diferentes estados de consciência. Sendo assim, o briquismo é uma atividade semivoluntária, enquanto o bruxismo do sono é inconsciente, dado que o indivíduo está dormindo.
Os possíveis fatores etiológicos podem ser divididos em periféricos (morfológicos) e centrais (patológicos e psicológicos), fatores genéticos; estresse emocional; ansiedade; uso de algumas drogas (cafeína, álcool, cocaína e tabaco); algumas medicações (inibidores seletivos da recaptação de serotonina, anfetaminas, benzodiazepínicos e drogas dopaminérgicas) e doenças neurológicas, como o mal de Parkinson. Tem sido associado também, a um maior nível de escolaridade, ao estilo de vida moderno e ao desenvolvimento da civilização. Os estudos científicos não conseguem observar diferença significativa na prevalência de bruxismo do sono entre os sexos, sendo os indivíduos com mais de 40 anos os mais acometidos.
Entre os sinais e sintomas do bruxismo do sono, o desgaste dentário ocorre em torno de 70,0%, e a dor nos músculos mastigatórios, em torno de 44,0%, dos casos. Precisa ser bem esclarecido quando é que o hábito de ranger se torna uma disfunção com consequências, como desgaste dentário e dor, requerendo intervenção por parte do cirurgião-dentista, pois, uma das funções afetadas é a da mastigação, que é extremamente importante. Estamos tão acostumados que nem precisamos fazer esforço para mastigar, é um reflexo, mas também um hábito. Só que a forma que mastigamos, vai influenciar diretamente na qualidade da sua digestão e na sua fome. E, para que a mastigação seja eficiente, é preciso que os dentes estejam em ordem. O nosso cérebro recebe informações o tempo todo do cheiro dos alimentos, da visão deles e, também, quando mastigamos, da quantidade de alimento que está sendo ingerido.
Mastigação adequada requer um sistema mastigatório (dentes e músculos) em equilíbrio. Lesões cariosas e outras dores dentárias, dores nas articulações e até próteses mal adaptadas, podem interferir nesse equilíbrio. Ao mastigarmos corretamente e por mais tempo, tendemos a comer menos, porque a informação do processamento do alimento vai sendo transmitida ao sistema nervoso central e, os hormônios que levam ao sentimento de saciedade vão sendo liberados. Dessa forma, quem mastiga rápido, ainda que com a força adequada, pode tender a comer mais.
Ou seja, uma mastigação rápida demais também é ineficaz, pois acaba não permitindo que a informação de entrada de alimento chegue ao cérebro. É como se o cérebro perdesse a conta do quanto a pessoa comeu. O resultado disso é que os sinais de saciedade, que nos mandam parar de comer, acabam demorando mais para serem liberados e, no final comemos mais que precisamos, e isso pode nos levar à obesidade, considerada uma das doenças deste século.
Há um consenso entre dentistas e fonoaudiólogos de que é importante se alimentar e mastigar devagar, em ambos os lados do arco dentário, com dentes e suas estruturas de suporte (gengiva e osso) saudáveis e corretamente posicionados, para que o alimento possa ser triturado e processado adequadamente antes da deglutição.
E você? como está sua mastigação? Algum sintoma semelhante aos que comentamos acima?
Consulte um cirurgião dentista regularmente!
Dra. Cristiane Almeida